20050422

Nostalgia

Um garoto, com roupa de gala, se senta no banco da rua. Apoia os braços em sua perna. A sombra da noite está clara como o dia. O frio é gostoso, assim como sorvete. Retira um pacote de cigarros baratos e pega um cigarro e o acende. Dá uma primeira tragada e guarda o pacote e o isqueiro. Inspira com força e solta a fumaça. Ele se esparama pelo banco e observa a fumaça. Tão esparça e tão livre. "Que noite!" - diz ele em voz alta, embora não há ninguem para ouvi-lo. Uma leve risada, baixinha quase inaudível e um sorriso maroto acompanham a fala. Palpebras meio fechadas, dando um ar de sonho e uma atmosfera de nostalgia. O menino analisa a sua roupa, ve algumas manchas em sua camisa e rí. A roupa fede a alcool e cigarro, percebe ele. Ele coloca sua cabeça em sua mão e olha para o céu estrelado como se um cometa fosse passar logo logo. O sorriso maroto dá lugar para várias risadas, risadinhas e risadões. A sua solidão é tão linda. Olha rapidamente seu relógio de pulso e vê que já se passaram das cinco da manhã e que pode amanhacer a qualquer momento. Levanta-se do banco e assim como um vampiro, fugindo da luz, começar a andar depressa(Engraçado que ele não corre... por que?) para o parque. Avista várias bancas de jornal abrindo e seus periódicos, empilhados, com a notícia estampada "Será hoje o dia do julgamento final?!" A novidade não é relevante para o garoto que continua em passo largo. Engraçado como em seu estado ele chega tão rapidamente, ou melhor, como em seu estado consegue encontrar o seu destino! Enfim, ao chegar no parque, o sol começava a raiar, cegando todos com sua imensidão. Em meio a claridade ele avista garotos e garotas de sua idade, com roupas elegantes. Do seu lado gauche a placa "Não pise na grama" o irrita profundamente. Ele a esmaga e sorridente, caminha calmamente conforme o cantar dos canários ao encontro de seus companheiros.

Aucun commentaire: