A vida que tanto me escapa
como se fosse água
e como posso eu encher
minha mão debaixo da catarata.
Tantas vezes sonhei
Tantas vezes durmi pensando
Tantas vezes devaniei
em te ter ao meu lado
em encostar o meu nariz no seu
em cheirar, sentir o seu pescoço
e acariciar a sua nuca,
mexer nos seus cabelos cacheados
em moder seu ombro,
levianamente encostando minha mão gelada
em sua orelha quente,
para lhe sussurar seu
nome que me tira palavras.
No silêncio a gente se comunica
no escuro
das palavras
nós nos amamos
pois é na solidão dos sentimentos
que nós transamos.
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