20080817

impaciência



Na profundeza desse lamaçal, onde me encontro ao lado de meus pensamentos agitados, encontro a minha inquieta impaciência. Preciso tudo, agora, se for pra depois, para que? É assim que me faço, disfaço e reproduzo a minha incapacidade de ser. No diálogo que mostro o meu desespero:

- Olá, quanto tempo - diz a menina
- Muito, muito tempo - retruquei sentando-me numa mesa de um café parisiano
- Nem sei o que te dizer
- Mas já disse, me ligou, basta.
- é........ - sem saber o que dizer e com uma leve lágrima correndo sobre seu rosto
- Muitas vezes acho que ter gostado de você dava alguma razão de existir. Quando sumiu, não tinha mais razão nenhuma. Sabe como eu sempre fui obcecado. - desabafei
- Verdade - respirando fundo
- Depois resolvi me imergir no mundo material, ser o mais rico, o mais belo e o mais inteligente. E cá estou, tudo isso mas novamente sem razão de existir. Sem saber o que fazer.
- Nem eu.
- Na realidade, não sei o porque estou aqui. Você ao mesmo tempo que significou, e significa, tudo para mim, também não significa nada neste momento.

A tensão clara, mais claro que a luz, embarcara numa região sem retorno, na qual os protagonistas da conversa se distanciavam fisicamente, mas na imaginação estavam se juntando para se tornar um corpo só.

A impaciência que afetou o menino, o homem, que apenas queria uma razão de viver... seja alguém para cuidar ou uma pré-destinação. Corroi, impaciência, corroi.


Ansiedade, vislumbre a minha visão fúnebre da sua ação sobre mim.


   


 

Aucun commentaire: